- O que é a réplica à contestação e por que não pode ser ignorada
- Função estratégica no processo
- Riscos de ignorar a réplica
- Prazo legal, contagem de dias úteis e risco de preclusão
- Art. 350 CPC: contagem do prazo
- Defesa indireta de mérito e preliminares
- Jurisprudência e riscos de omissão
- Checklist de documentos e informações indispensáveis
- Documentos básicos do processo
- Provas materiais e complementares
- Informações estratégicas
- Checklist final antes do protocolo
- Passo a passo para estruturar a peça
- Estrutura sugerida
- Resumo inicial da contestação
- Impugnação a preliminares
- Refutação do mérito
- Provas e pedidos finais
- Conclusão estratégica
- Modelo comentado para copiar e colar
- I – SÍNTESE DA CONTESTAÇÃO
- II – DA IMPROCEDÊNCIA DOS ARGUMENTOS DEFENSIVOS
- III – DOS PEDIDOS
- Como usar a Cria.AI
- Vantagens práticas
- Perguntas frequentes sobre réplica (FAQ)
- Próximo passo: automatize suas peças com Cria.AI
O que é a réplica à contestação e por que não pode ser ignorada
A réplica à contestação, é uma das peças mais estratégicas do processo civil. Prevista no Código de Processo Civil de 2015, ela funciona como a resposta do autor às alegações do réu, garantindo o contraditório e fortalecendo a argumentação inicial.
Dessa forma, a réplica não deve ser tratada como mera formalidade, mas como oportunidade essencial para consolidar a tese jurídica apresentada.
Em termos práticos, a réplica à contestação permite rebater ponto a ponto os argumentos defensivos.
Assim, o autor pode esclarecer fatos, reforçar provas já apresentadas e até mesmo trazer novos documentos capazes de neutralizar a versão do réu.
Além disso, a impugnação específica cumpre o princípio do contraditório e assegura ao juiz uma visão completa do conflito.
Função estratégica no processo
O objetivo principal da réplica é desconstruir a narrativa da defesa. Para isso, o advogado deve identificar inconsistências, contradições ou ausência de provas robustas nos argumentos do réu.
Nesse contexto, a peça ganha caráter estratégico: não basta reafirmar os pedidos da inicial, é preciso mostrar, de forma clara, por que a contestação não se sustenta.
Outro aspecto relevante é o aprimoramento da petição inicial. Muitas vezes, a réplica corrige eventuais lacunas, reforça teses jurídicas e esclarece pontos obscuros.
Assim, a peça cumpre dupla função: defesa dos interesses do autor e consolidação de uma argumentação sólida, em conformidade com o art. 341 do CPC, que prevê a necessidade de impugnação específica dos fatos.
Riscos de ignorar a réplica
Ignorar essa manifestação, pode trazer sérios prejuízos processuais. Embora a jurisprudência majoritária afirme que a ausência de réplica não gera revelia inversa, doutrinadores como Fredie Didier defendem que, caso o autor não impugne os fatos novos apresentados, poderá ocorrer preclusão.
Isso significa perder a chance de rebater documentos ou provas trazidas pelo réu, limitando a atuação futura.
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais, por exemplo, possui decisões reconhecendo a preclusão em situações de silêncio da parte autora.
Já o TJ-RJ e o TJ-GO afastam a chamada “revelia inversa”, mas mesmo nesses tribunais a ausência de réplica pode enfraquecer a posição do autor.
Portanto, não se trata de mera faculdade: é um passo estratégico indispensável para proteger o direito material em discussão.
Prazo legal, contagem de dias úteis e risco de preclusão
A elaboração de uma réplica à contestação, exige não apenas técnica argumentativa, mas também atenção ao prazo processual.
O art. 350 do CPC/2015 estabelece que, quando o réu alega fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, este deverá se manifestar em até 15 dias úteis.
O mesmo prazo aplica-se às matérias preliminares listadas no art. 337, conforme dispõe o art. 351.
Assim, sempre que houver alegações que possam alterar ou extinguir o direito do autor, a réplica torna-se obrigatória.
Caso contrário, os fatos apresentados podem ser considerados incontroversos, reduzindo o espaço de argumentação posterior.
Art. 350 CPC: contagem do prazo
O prazo de 15 dias úteis, inicia-se a partir da intimação do autor sobre a juntada da contestação. Aqui, aplica-se a regra geral da contagem em dias úteis, prevista no art. 219 do CPC.
Portanto, sábados, domingos e feriados são excluídos. Além disso, o prazo suspende-se durante o recesso forense.
Esse detalhe processual é vital. O descuido com a contagem pode levar à perda do prazo e, consequentemente, à preclusão.
Por isso, advogados devem organizar rotinas de monitoramento no PJe ou em sistemas integrados para evitar erros simples que possam comprometer toda a estratégia processual.
Defesa indireta de mérito e preliminares
O prazo também vale para situações de defesa indireta de mérito, como alegações de prescrição, pagamento ou novação. Nesses casos, a réplica é o momento em que o autor deve apresentar provas contrárias, demonstrando que o direito permanece íntegro.
Da mesma forma, quando a contestação levanta preliminares como incompetência, ilegitimidade ou inépcia da inicial, cabe ao autor rebatê-las com fundamentos legais e jurisprudenciais consistentes.
Aqui, a palavra-chave é especificidade. O art. 341 do CPC determina que fatos não impugnados são presumidos verdadeiros.
Portanto, cada argumento deve ser enfrentado de maneira objetiva e fundamentada, evitando generalidades.
Jurisprudência e riscos de omissão
A ausência de réplica, pode levar a entendimentos distintos nos tribunais. Em decisões do TJ-RJ e do TJ-GO, prevalece o entendimento de que o silêncio do autor não gera revelia inversa.
No entanto, o TJ-MG adota posição mais rígida, entendendo que a falta de impugnação específica acarreta preclusão e consequente presunção de veracidade dos fatos apresentados pelo réu.
Esse contraste demonstra que, ainda que não exista previsão expressa de revelia inversa no CPC, o risco de omissão é real.
O autor pode perder a oportunidade de questionar documentos relevantes, deixando que a defesa ganhe força por inércia.
Por isso, além de respeitar o prazo de 15 dias, a réplica deve ser redigida de forma completa, organizada e persuasiva.
Checklist de documentos e informações indispensáveis
A elaboração de uma réplica à contestação, exige preparação documental cuidadosa. Isso porque cada alegação do réu deve ser enfrentada com base em provas consistentes.
Assim, antes de iniciar a redação, o advogado precisa reunir todos os elementos indispensáveis para a impugnação.
Documentos básicos do processo
O primeiro conjunto de documentos inclui aqueles já constantes nos autos. Entre eles estão:
- Petição inicial e anexos originais;
- Contestação apresentada pelo réu;
- Certidão de citação;
- Procuração do advogado e eventuais substabelecimentos.
Esses documentos, são essenciais para confirmar dados formais e garantir que a peça seja estruturada com precisão.
Além disso, servem de referência para a comparação entre alegações da inicial e argumentos da defesa.
Provas materiais e complementares
Além dos documentos básicos, é fundamental anexar provas adicionais que reforcem a narrativa do autor. Podem ser incluídos:
- Laudos periciais já produzidos;
- Declarações de testemunhas;
- Contratos, recibos e comprovantes de pagamento;
- Documentos médicos, em caso de ações de saúde;
- Correspondências eletrônicas ou físicas que comprovem os fatos.
Nesse contexto, cada prova deve ser apresentada de forma organizada, com indicação precisa nos fundamentos da réplica.
Assim, evita-se confusão e garante-se clareza para o julgador.
Informações estratégicas
Outro aspecto indispensável, é a reunião de informações que ajudem a compor os argumentos.
Isso inclui jurisprudência recente, doutrina atualizada e eventuais decisões já proferidas em processos semelhantes.
Além disso, pode ser útil apresentar dados contextuais, como índices de correção monetária ou planilhas de cálculos que comprovem valores devidos.
Checklist final antes do protocolo
Antes de protocolar a réplica, convém revisar:
- Dados completos de qualificação das partes;
- Endereço atualizado do autor para intimações;
- Comprovação de eventual gratuidade de justiça;
- Numeração e indexação correta dos documentos;
- Atualização de jurisprudência utilizada.
Esse checklist, garante que a réplica à contestação cumpra não apenas os requisitos formais, mas também os materiais, oferecendo ao juiz uma peça clara, robusta e tecnicamente impecável.
Passo a passo para estruturar a peça
A construção de uma réplica à contestação, segue um roteiro lógico que facilita a redação e a compreensão pelo juiz.
Embora cada caso tenha particularidades, o CPC e a prática forense indicam uma sequência eficiente de apresentação.
Estrutura sugerida
O roteiro mais comum envolve quatro grandes blocos:
- Resumo da lide e da contestação;
- Impugnação a preliminares;
- Refutação de mérito;
- Provas e requerimentos finais.
Esse modelo assegura objetividade, clareza e alinhamento com os arts. 350 e 351 do CPC.

Resumo inicial da contestação
A réplica deve começar com uma breve síntese dos argumentos do réu. Essa parte, funciona como uma introdução ao que será rebatido em seguida.
Sendo assim, o ideal é adotar um tom objetivo, sem juízo de valor, apenas apresentando o que foi dito na contestação.
Exemplo:
“O réu alega, em contestação, a ilegitimidade passiva, bem como a inexistência de débito em razão de suposto pagamento já realizado.”
Impugnação a preliminares
Na sequência, o advogado deve enfrentar as matérias preliminares levantadas pelo réu, previstas no art. 337 do CPC.
Entre as mais comuns estão: ilegitimidade, incompetência, prescrição e inépcia da inicial.
Exemplo:
“A alegação de prescrição não merece prosperar, uma vez que a contagem do prazo deve observar a interrupção pelo ajuizamento da ação, conforme pacífica jurisprudência do STJ.”
Refutação do mérito
Após superar as preliminares, é hora de rebater o mérito da contestação. Aqui, cada argumento do réu deve ser enfrentado em parágrafos separados, sempre com fundamentação jurídica sólida.
Exemplo:
“O réu sustenta ter quitado integralmente a dívida. Todavia, não apresenta comprovantes de pagamento idôneos.
Ao contrário, os documentos anexados demonstram apenas movimentações unilaterais em sistema interno, o que não comprova a extinção da obrigação, nos termos do art. 373, II, do CPC.”
Provas e pedidos finais
Por fim, a réplica deve indicar as provas que o autor pretende produzir e renovar os pedidos da inicial.
Nesse ponto, é essencial reforçar a pertinência das provas documentais e, se necessário, requerer perícia ou oitiva de testemunhas.
Exemplo:
“Requer a produção de todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente perícia contábil, a fim de demonstrar a inexistência de pagamento alegada pelo réu.”
Conclusão estratégica
Com isso, esse passo a passo transforma a réplica em uma ferramenta de persuasão.
Além de cumprir requisitos formais, a peça passa a comunicar, de forma organizada e direta, os motivos pelos quais a contestação não deve prosperar.
Assim, o advogado garante que o juiz tenha uma visão clara da controvérsia e perceba a solidez dos fundamentos apresentados.
Modelo comentado para copiar e colar
Ter acesso a uma réplica à contestação pronta, economiza tempo e ajuda a evitar falhas formais.
Por essa razão, o modelo a seguir pode ser adaptado a qualquer situação prática, desde que respeitados os dados do processo e os fundamentos específicos de cada caso.
A seguir, disponibilizamos um modelo geral, gerado pelo sistema de criação de peças da Cria.AI:
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA [VARA] VARA CÍVEL DA COMARCA DE [CIDADE/UF]
Processo nº: [número do processo]
Autor(a): [Nome do autor]
Réu(é): [Nome do réu]
RÉPLICA À CONTESTAÇÃO
[Nome do Autor], já qualificado nos autos da ação de [natureza da ação] que move em face de [Nome do Réu], vem, respeitosamente, por seu advogado infra-assinado, apresentar sua
RÉPLICA À CONTESTAÇÃO
nos termos do artigo 350 do Código de Processo Civil, pelas razões de fato e de direito que passa a expor:
I – SÍNTESE DA CONTESTAÇÃO
Comentário: Aqui você resume os argumentos apresentados pelo réu na contestação, com destaque para aqueles que pretende impugnar.
O réu, em sua contestação, busca afastar a responsabilidade que lhe é imputada sob os seguintes argumentos principais:
- [Exemplo:] Alega inexistência de relação jurídica entre as partes;
- Sustenta que não houve qualquer conduta ilícita de sua parte;
- Impugna os documentos juntados pelo autor como frágeis ou insuficientes;
- Requer, subsidiariamente, a improcedência do pedido de indenização por ausência de dano.
II – DA IMPROCEDÊNCIA DOS ARGUMENTOS DEFENSIVOS
1. Da existência da relação jurídica entre as partes
Comentário: Aqui você refuta o primeiro ponto. Mostre provas ou argumentos que comprovem a existência da relação entre as partes.
Diferentemente do alegado, a relação jurídica entre as partes é evidente, conforme comprovam os documentos juntados aos autos, especialmente [mencionar documentos, e-mails, contratos, etc.].
[Se houver jurisprudência ou doutrina, cite.]
2. Da responsabilidade do réu pelos danos causados
Comentário: Defenda que a conduta do réu gerou os danos alegados na inicial.
A responsabilidade do réu decorre de sua conduta omissiva/culposa, conforme demonstrado na inicial. O nexo causal entre a conduta e o dano é claro e está evidenciado por [citar provas ou depoimentos, se houver].
Ressalte-se que, nos termos do artigo 186 do Código Civil, “aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito… comete ato ilícito”.
3. Da suficiência dos documentos apresentados
Comentário: Reforce a validade das provas juntadas.
A alegação de que os documentos apresentados seriam insuficientes não merece prosperar. Todos os elementos juntados foram obtidos de forma lícita e atendem aos requisitos legais de admissibilidade.
4. Da ocorrência do dano e do dever de indenizar
Comentário: Responda ao argumento de ausência de dano.
O dano suportado pelo autor é real e devidamente comprovado, não se tratando de mero aborrecimento cotidiano. O Superior Tribunal de Justiça já decidiu que:
“A configuração do dano moral prescinde da demonstração do abalo psíquico, bastando a comprovação do fato que o enseja.” (STJ, AgRg no AREsp 651.508/SP)
III – DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
a) O rejeitamento integral da contestação, mantendo-se os pedidos formulados na petição inicial;
b) A condenação do réu nos ônus da sucumbência, nos termos do artigo 85 do CPC;
c) A produção de todas as provas em direito admitidas, especialmente documental, testemunhal e pericial, se necessário.
Nestes termos,
Pede deferimento.
[Cidade], [data].
[Nome do advogado]
OAB/[UF] [número]
Como usar a Cria.AI
A redação de uma réplica à contestação, pode ser acelerada com ferramentas de automação.
Como demonstrado, a Cria.AI possibilita gerar minutas personalizadas em minutos, a partir de documentos já existentes no processo.
Vantagens práticas
- Velocidade: a réplica é produzida em poucos minutos.
- Consistência: os fundamentos jurídicos são baseados no CPC/2015 atualizado.
- Personalização: a ferramenta adapta a peça conforme os fatos da inicial e da contestação.
- Organização: os argumentos são estruturados em ordem lógica, com divisão em tópicos claros.
Assim, o advogado ganha tempo sem abrir mão da qualidade técnica, podendo revisar e complementar a peça com teses específicas do caso.
Perguntas frequentes sobre réplica (FAQ)
Qual é o prazo para apresentar a réplica?
O prazo é de 15 dias úteis, conforme os arts. 350 e 351 do CPC/2015.
O que acontece se não apresentar a réplica?
A ausência não gera revelia inversa automática, mas pode acarretar preclusão em relação a documentos e fatos não impugnados.
É necessário renovar os pedidos na réplica?
Sim. A boa prática recomenda reiterar todos os pedidos da inicial, reforçando a coerência processual.
Posso apresentar novos documentos?
Sim, desde que relacionados aos fatos discutidos na contestação. O art. 437 do CPC autoriza manifestação sobre documentos juntados pela defesa.
Preciso refutar todos os pontos da contestação?
O art. 341 do CPC estabelece que os fatos não impugnados tornam-se presumidamente verdadeiros. Por isso, o autor deve impugnar cada ponto de forma específica e completa.
Próximo passo: automatize suas peças com Cria.AI
A elaboração de uma réplica à contestação, exige atenção ao prazo, análise minuciosa da defesa e domínio técnico. A automação jurídica torna esse processo mais rápido e eficiente.
Ao integrar a Cria.AI ao fluxo de trabalho, advogados geram réplicas personalizadas diretamente da contestação e da petição inicial. Essa automação evita retrabalho e assegura consistência. A ferramenta ainda salva modelos e atualiza jurisprudência automaticamente.
O próximo passo é claro: testar a Cria.AI na prática. A automação reduz o tempo de redação, garante aderência ao CPC/2015 e libera o profissional para concentrar esforços na estratégia jurídica.



