Ao iniciar a carreira na advocacia, uma das maiores preocupações é garantir remuneração justa e regular pelos serviços prestados.
Nesse contexto, o modelo de contrato de honorários advocatícios desempenha papel crucial, porque transforma a relação de confiança em uma obrigação formal e juridicamente exigível.
Em complemento, o contrato assegura clareza para o cliente, protege o profissional contra inadimplência e cumpre as normas do Estatuto da Advocacia (Lei 8.906/1994), do Código de Ética e Disciplina da OAB, da LGPD (Lei 13.709/2018) e também dos provimentos recentes da Ordem, como o Provimento 205/2021, que regula a publicidade.
Dessa forma, antes mesmo de atuar em uma demanda complexa, o advogado iniciante precisa dominar a estrutura de um contrato de honorários.
Esse conhecimento, vai além de formalidade burocrática, pois se converte em instrumento estratégico de valorização profissional, prevenção de litígios e conformidade ética.
- Por que todo advogado iniciante precisa de um contrato de honorários
- Riscos de não formalizar: promessas implícitas e disputas sobre valor
- Observância de normas da OAB e LGPD
- Cláusulas essenciais (com exemplos comentados)
- Partes, qualificação e poderes
- Objeto e escopo
- Honorários: fixo, por hora, êxito/sucesso e pacotes
- Despesas e reembolsos
- Prazos, marcos e entregáveis
- Forma de pagamento, reajuste e multa por atraso
- Confidencialidade e Proteção de dados
- Conflito de interesses e impedimentos
- Rescisão, suspensão e substituição de patrono
- Foro, mediação e solução de controvérsias
- Passo a passo para preencher e personalizar
- Coleta mínima de dados do cliente
- Definição do modelo de honorários
- Ajuste de escopo, prazos e responsabilidades do cliente
- Política de despesas: teto, aprovação prévia e comprovantes
- Assinatura e guarda do contrato
- Como usar IA da Cria.AI para gerar contratos
- Benefícios de se usar a IA da Cria.AI
- Erros comuns que custam caro e como evitar
- Termos ambíguos sem delimitar etapa
- Prometer resultado: prefira obrigação de meio
- Falta de política de despesas
- Não prever reajuste/atualização e multa por atraso
- Ausência de base legal LGPD e guarda segura
- Ignorar tabela de honorários da seccional
- Perguntas frequentes (FAQ)
- Referências e conformidade
- Estatuto da Advocacia (Lei 8.906/1994)
- Código de Ética e Disciplina da OAB
- LGPD (Lei 13.709/2018)
- Publicidade na advocacia (Provimento 205/2021)
- Tabela de Honorários da Seccional
- Exemplos práticos de aplicação
- Conclusão e próximos passos
Por que todo advogado iniciante precisa de um contrato de honorários
Embora muitos iniciantes se sintam desconfortáveis em falar de valores já na primeira reunião, a ausência de contrato escrito pode gerar sérios riscos.
Por isso, é essencial compreender tanto os benefícios da formalização quanto os riscos da omissão.
Riscos de não formalizar: promessas implícitas e disputas sobre valor
Por outro lado, a falta de contrato expõe o advogado a interpretações subjetivas. Muitas vezes, o cliente supõe que o patrono acompanhará todas as etapas processuais, quando, na prática, recursos ou execuções dependeriam de contratação adicional.
Convém ressaltar que, em caso de litígio, o valor dos honorários pode ser arbitrado judicialmente, de acordo com critérios de tabela da OAB e entendimento do magistrado, o que pode resultar em remuneração inferior ao esperado.
Observância de normas da OAB e LGPD
Ademais, o contrato deve respeitar as normas disciplinares da advocacia. O Código de Ética da OAB determina que os honorários sejam fixados de forma justa, compatível com a dignidade da profissão e sem aviltamento.
O Provimento 205/2021, por sua vez, estabelece limites para a forma de divulgar e estruturar propostas, impedindo práticas mercantilistas.
De igual modo, a LGPD impõe cláusulas específicas para o tratamento de dados pessoais. Ao coletar informações do cliente, o advogado deve observar princípios como finalidade, adequação e minimização.
Portanto, inserir cláusula de confidencialidade e proteção de dados não é apenas recomendável: é obrigatório.
Cláusulas essenciais (com exemplos comentados)
No modelo de contrato de honorários advocatícios, algumas cláusulas são indispensáveis. Elas estruturam a relação entre cliente e advogado, evitando lacunas que possam gerar litígios futuros.
Partes, qualificação e poderes
O contrato deve iniciar com a qualificação completa das partes, incluindo CPF ou CNPJ, endereço e contato. Ademais, deve mencionar o número de inscrição do advogado na OAB, o que reforça a formalidade e a legitimidade da contratação.
Também é recomendável prever a possibilidade de substabelecimento, quando necessário.
Objeto e escopo
Na sequência, é essencial delimitar o objeto do contrato. Ou seja, especificar quais atos fazem parte da atuação e quais ficam de fora.
Exemplo de redação — Escopo e exclusões
“O(a) CONTRATADO(a) prestará serviços de representação judicial no processo nº XXXXX, fase de conhecimento. Estão excluídos recursos especial e extraordinário, cumprimento de sentença, execução e procedimentos administrativos, salvo contratação adicional por aditivo.”
Dessa forma, o cliente tem clareza sobre a abrangência do contrato, evitando expectativas irreais.
Honorários: fixo, por hora, êxito/sucesso e pacotes
Essa é a cláusula mais sensível, pois define a remuneração.
- Fixos ou convencionais → estabelecidos independentemente do êxito.
- Por hora → calculados com base no tempo de trabalho.
- Ad exitum (êxito) → condicionados ao resultado obtido, em percentual sobre o proveito econômico.
- Pacotes híbridos → que combinam fixo e êxito.
Exemplo de redação — Honorários com êxito
“Além dos honorários fixos de R$ X.XXX,00, estipula-se honorário de êxito de 15% (quinze por cento) sobre o proveito econômico líquido auferido, exigível com o recebimento do crédito ou homologação de acordo.”
Entretanto, é preciso cautela. O STJ decidiu, em 2025, que não se pode cobrar honorários de êxito de herdeiros quando o resultado só é alcançado após a morte do contratante.
Assim, incluir cláusulas de previsão para hipóteses de falecimento é recomendável.
Despesas e reembolsos
Outro ponto fundamental é estabelecer como serão tratadas as despesas. O contrato pode prever um teto de gastos, a exigência de aprovação prévia e a apresentação de comprovantes.
Essa prática evita discussões sobre valores e aumenta a transparência.
Prazos, marcos e entregáveis
Ainda que a advocacia seja obrigação de meio, convém fixar prazos para envio de relatórios, pareceres ou acompanhamento processual.
Essa cláusula organiza a relação e demonstra comprometimento profissional.
Forma de pagamento, reajuste e multa por atraso
O contrato deve prever datas de vencimento, índices de reajuste (INPC ou IPCA) e penalidades em caso de atraso.
Com isso, a inadimplência se torna menos frequente e o advogado tem garantias de atualização monetária.
Confidencialidade e Proteção de dados
Com a vigência da LGPD, tornou-se obrigatório inserir cláusula de confidencialidade e tratamento de dados pessoais.
Essa previsão protege tanto o cliente quanto o advogado de eventuais sanções administrativas da ANPD.
Conflito de interesses e impedimentos
É recomendável incluir cláusula que impeça o advogado de atuar contra os interesses do cliente em casos correlatos. Isso reforça a ética e a confiança mútua.
Rescisão, suspensão e substituição de patrono
A cláusula de rescisão deve observar a jurisprudência do STJ, que garante honorários proporcionais em caso de revogação unilateral.
Além disso, convém definir regras para substituição de patrono e continuidade do serviço.
Foro, mediação e solução de controvérsias
Por fim, estabeleça o foro de eleição e, se pertinente, a obrigatoriedade de tentativa de mediação antes do litígio judicial. Isso demonstra boa-fé e pode reduzir custos processuais.

Passo a passo para preencher e personalizar
Um modelo de contrato de honorários advocatícios, só se torna realmente útil quando é personalizado de acordo com o caso concreto.
Assim, o advogado iniciante garante que o documento atenda às necessidades específicas de cada cliente e de cada demanda.
A seguir, veja um roteiro prático de como preencher e ajustar esse contrato.
Coleta mínima de dados do cliente
O primeiro passo é coletar apenas os dados estritamente necessários. Nome, CPF ou CNPJ, endereço, e-mail e telefone costumam ser suficientes.
Essa conduta segue o princípio da minimização de dados da LGPD.
Dessa forma, o advogado protege a privacidade do cliente e demonstra cuidado com a legislação vigente.
Caso haja necessidade de dados sensíveis, como informações médicas, deve-se apontar a base legal adequada e registrar a finalidade.
Definição do modelo de honorários
Em seguida, o advogado deve escolher o formato de remuneração. Para consultorias rápidas ou pareceres, a cobrança por hora costuma ser adequada.
Já em demandas judiciais, a combinação de honorários fixos com êxito garante previsibilidade para o cliente e valorização do resultado.
Ainda, em projetos de longa duração, os pacotes híbridos, que incluem parcelas periódicas e bonificações, podem ser mais vantajosos.
Essa definição precisa constar claramente no contrato. Afinal, a jurisprudência do STJ mostra que cobranças desproporcionais ou sem base contratual são facilmente afastadas em juízo.
Ajuste de escopo, prazos e responsabilidades do cliente
O contrato não deve tratar apenas das obrigações do advogado. É igualmente importante estabelecer as responsabilidades do cliente.
Ele deve entregar documentos em prazos razoáveis, manter contato atualizado e colaborar na obtenção de provas. Sem essa cláusula, eventuais falhas podem ser injustamente atribuídas ao advogado.
Assim, a previsão de deveres recíprocos cria equilíbrio contratual.
Política de despesas: teto, aprovação prévia e comprovantes
Outro ponto crucial, é a política de despesas. É recomendável fixar um teto para custas e deslocamentos, exigir autorização prévia para valores expressivos e sempre solicitar comprovantes.
Essa prática, traz transparência e facilita a prestação de contas. Além disso, evita discussões desagradáveis sobre quem deve arcar com determinados custos do processo.
Assinatura e guarda do contrato
Por fim, deve-se definir como será feita a assinatura. A assinatura digital com certificado ICP-Brasil oferece maior segurança e é plenamente válida.
No entanto, plataformas privadas também podem ser utilizadas, desde que respeitem requisitos de autenticidade e integridade.
Quanto à guarda, o contrato deve ser armazenado de forma segura, seja em papel ou em meio eletrônico protegido.
Checklist rápido de validação
- Partes corretamente identificadas
- Escopo delimitado e exclusões claras
- Bases de cálculo de honorários e de êxito explícitas
- Política de despesas definida com teto e aprovação
- Cláusula de confidencialidade e LGPD
- Regras de rescisão e foro escolhidas
Esse checklist funciona como última etapa antes da assinatura, garantindo que nenhuma cláusula essencial foi esquecida.
Como usar IA da Cria.AI para gerar contratos
A tecnologia pode simplificar muito a vida do advogado iniciante. Em vez de partir de modelos genéricos, é possível utilizar a Cria.AI para criar um modelo de contrato de honorários advocatícios em poucos minutos, com personalização e conformidade legal.
Benefícios de se usar a IA da Cria.AI
Em primeiro lugar, há o ganho de tempo. A geração automática de minutas permite que o advogado foque no atendimento e na estratégia processual.
Para complementar, a ferramenta oferece personalização de cláusulas conforme área do Direito e perfil do cliente.
Outro ponto positivo é a atualização constante, que assegura conformidade com a legislação, a jurisprudência e as normas da OAB.
Por fim, a exportação para Word ou Google Docs torna o contrato fácil de editar e assinar.
Como usar na Cria.AI
- Clique em “Gerar meu contrato”.
- Responda ao assistente sobre área, escopo e valores.
- Revise as cláusulas sugeridas e ajuste a linguagem.
- Exporte o documento em formato editável.
- Proceda à assinatura física ou digital.
Esse passo a passo mostra como a tecnologia pode ser aliada, sem substituir a análise crítica do advogado.
Afinal, cabe ao profissional revisar cada detalhe antes de entregar ao cliente.
Erros comuns que custam caro e como evitar
Mesmo com modelos prontos, muitos advogados iniciantes ainda cometem falhas simples. Conhecer esses erros é fundamental para não repeti-los.
Termos ambíguos sem delimitar etapa
Expressões vagas são terreno fértil para litígios. Portanto, especifique até onde vai a atuação. Se incluir recursos ou cumprimento de sentença, faça aditivo.
Prometer resultado: prefira obrigação de meio
Jamais prometa vitória. A advocacia é obrigação de meio, e não de resultado. O Código de Ética proíbe promessas desse tipo.
Logo, o contrato deve deixar claro que o advogado se compromete com diligência e zelo, mas não com garantias absolutas.
Falta de política de despesas
Não prever como serão tratadas as despesas gera insegurança. Assim, estabeleça política clara e transparente.
Não prever reajuste/atualização e multa por atraso
A ausência de cláusula de reajuste, enfraquece o poder aquisitivo do advogado. Já a falta de multa e juros favorece a inadimplência.
Por isso, incluir esses mecanismos é indispensável.
Ausência de base legal LGPD e guarda segura
Omitir a cláusula de confidencialidade, pode gerar sanções administrativas. Dessa maneira, sempre preveja como os dados serão tratados e guardados.
Ignorar tabela de honorários da seccional
Fixar valores abaixo da tabela da OAB, pode caracterizar aviltamento. A Resolução da OAB-PR de 2025, por exemplo, reajustou em 4,77% a tabela mínima, reforçando a obrigatoriedade de observância.
Portanto, sempre consulte a tabela da sua seccional antes de fechar valores.
Perguntas frequentes (FAQ)
Ao lidar com um modelo de contrato de honorários advocatícios, os advogados iniciantes se deparam com dúvidas recorrentes.
Responder a essas perguntas de forma clara reforça a confiança do cliente e reduz riscos de conflitos.
Contrato precisa reconhecer firma ou pode ser digital?
Não é necessário reconhecer firma. O contrato pode ser físico ou digital, inclusive com assinatura eletrônica válida pela MP 2.200-2/2001, desde que respeite autenticidade e ética.
Posso cobrar êxito junto com honorários fixos?
Sim, desde que haja clareza contratual sobre percentual, base de cálculo e exigibilidade. O STJ só veda quando o êxito ocorre após a morte do cliente.
Como definir hora x fee fixo para iniciante?
Depende do serviço: consultorias podem ser cobradas por hora; causas judiciais, preferencialmente por valor fixo. Em ambos os casos, respeite a tabela da OAB.
E se o cliente rescindir antes do fim?
Os honorários devem ser proporcionais ao serviço prestado. O STJ já afastou a cobrança integral em rescisões unilaterais.
Como lidar com inadimplência eticamente?
O contrato é título executivo extrajudicial, mas recomenda-se iniciar pela cobrança amigável. Persistindo o atraso, a execução judicial é legítima, desde que ética e sem constrangimento ao cliente.
Referências e conformidade
O modelo de contrato de honorários advocatícios, deve ser construído à luz das normas legais e éticas que regem a profissão.
Estatuto da Advocacia (Lei 8.906/1994)
Nos artigos 22 a 26, assegura ao advogado o direito a honorários convencionados, arbitrados e de sucumbência. O art. 24 reconhece o contrato como título executivo extrajudicial, reforçando sua importância como garantia de recebimento.
Código de Ética e Disciplina da OAB
Estabelece que os honorários devem refletir a dignidade da profissão, vedando aviltamento de valores. Determina que o advogado não pode prometer resultados e que deve adotar postura ética na cobrança.
LGPD (Lei 13.709/2018)
Impõe que contratos de honorários contenham cláusulas de proteção de dados pessoais, regulando coleta, guarda e exclusão. A ausência dessas previsões pode gerar sanções pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados.
Publicidade na advocacia (Provimento 205/2021)
Autoriza o uso de meios digitais, mas veda práticas mercantilistas. Assim, qualquer cláusula de divulgação ou proposta contratual deve respeitar a discrição exigida pela OAB.
Tabela de Honorários da Seccional
A OAB-PR, por exemplo, atualizou sua tabela em 2025, aplicando reajuste de 4,77%. Essa referência é obrigatória e deve ser observada para evitar aviltamento.
O contrato deve mencionar que o valor dos honorários respeita os mínimos estabelecidos pela seccional correspondente.
Exemplos práticos de aplicação
Para tornar o conteúdo mais concreto, vale citar duas situações recentes julgadas pelo STJ.
- Êxito póstumo: em 2025, a 3ª Turma decidiu que não é possível cobrar honorários de êxito dos herdeiros quando o resultado só ocorreu após a morte da cliente. Esse precedente reforça a importância de cláusulas claras sobre hipóteses de falecimento.
- Revogação do mandato: no mesmo ano, o tribunal decidiu que, em caso de revogação unilateral, os honorários devem ser proporcionais ao trabalho realizado, afastando a cobrança integral. Esse entendimento mostra que cláusulas de multa automática são vulneráveis em juízo.
Esses exemplos, evidenciam a necessidade de contratos atualizados e adaptados à jurisprudência, evitando frustrações tanto para o cliente quanto para o advogado.
Conclusão e próximos passos
O modelo de contrato de honorários advocatícios, é mais do que um documento formal. Ele é o instrumento que garante a justa remuneração do advogado, organiza expectativas e reforça a confiança do cliente.
Ao incluir cláusulas essenciais, como: escopo, honorários, despesas, rescisão e foro, o advogado iniciante demonstra profissionalismo e previne litígios.
Além disso, respeitar o Estatuto da Advocacia, o Código de Ética, a LGPD, o Provimento 205/2021 e a tabela da seccional assegura conformidade com todas as regras aplicáveis.
Assim, o contrato se torna não apenas um mecanismo de cobrança, mas também uma ferramenta de compliance e valorização da profissão.
Com o apoio da tecnologia, elaborar contratos nunca foi tão simples. A Cria.AI permite gerar minutas personalizadas em minutos, adaptáveis a cada cliente e já alinhadas às normas da OAB.
Dessa forma, o advogado iniciante pode focar no que realmente importa: prestar um serviço jurídico de qualidade.
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